Com a consciência pesada. Tá confesso, estava assistindo BBB. Sim, podem me chingar, mas o interessante é que acabei inspirada pra escrever. E vejam só, não é que a pobre coitada da Maria serviu pra alguma coisa? Pra quem não assiste, a talzinha anda numa sinuca de bico, por ter "ficado" com um carinha que acabou saindo do programa. Ela, mais que depressa, deu mole pra outro bombadão dentro da casa... esquecendo o tão tórrido amor que sentia. A produção, pra phoder com a garota, tratou de mandar de volta o falecido, só pra ver o circo pegar fogo. HAHAHAHAHA, putz, me puxei! Não se assutem, meu assunto é claro, é outro.
Pushing play... ♪♫ And I’m gonna give all my secrets away... ♪♫
Pushing play... ♪♫ And I’m gonna give all my secrets away... ♪♫
Ah o amor...
Tornamos ele tão superficial.
Tornamos ele tão superficial.
De menina, ensinada a acreditar que o amor é pra sempre. Que o príncipe encantado existe. E que assim que o encontrasse tudo seria perfeito. Felizes para sempre... né?
Cômoda fantasia de esperar pelo amor e não fazer nada pra que ele de fato ocorra. Fácil exigir a perfeição de outrem sem primeiro buscar em si mesmo as respostas para a própria felicidade.
Na adolescência elas aprendem que amar é beijar na boca. Quanto mais beijo, mais amor. Até encontrar "aquele". Primeiro Rei... o mundo, meu tudo. E o tudo um dia acaba e ela vê que aqueles princípes na realidade estão mais pra sapos e que sua própria majestade se perdeu.
"Quem sabe o príncipe virou um chato que vive dando no meu saco”...
Na adolescência elas aprendem que amar é beijar na boca. Quanto mais beijo, mais amor. Até encontrar "aquele". Primeiro Rei... o mundo, meu tudo. E o tudo um dia acaba e ela vê que aqueles princípes na realidade estão mais pra sapos e que sua própria majestade se perdeu.
"Quem sabe o príncipe virou um chato que vive dando no meu saco”...
Os príncipes ainda existem. Só mudaram... perderam seu encanto. Os cavalos brancos, as virtudes e a coragem substituídos pelo somatório de amores na noite. Príncipes e princesas fingindo ser algo que não são. Romantismo? Jamais! Ser romântico já virou sinônimo de pegajoso, grudento, ultrapassado.
Sim, a sociedade mudou, o modo de amar é diferente. E pior do que dizer "eu te amo" é dizer "é pra sempre". Me deixa irritada essa banalização de certos valores e sentimentos que não poderiam perder o sentido. Amar não é simples, não é qualquer gostar. Amar é maior que tudo e sobre tudo.
Vivemos dias de falsos amores. Tá na moda namorar um mês, dizer que ama, e no outro mês já amar outro (a) e assim vai. Albúm no Orkut, título: minha vida! Enquanto no fundo não sabem nem o que é viver de fato. Fotos do casal. Momentos felizes. Amor confundido com CARÊNCIA, tentando esquivar a solidão. Depois é só deletar e colocar outro né? Enganam aos outros e a si próprios. Amor que não tarda a acabar, afinal, nem começou – nem existiu! Eu te amo é o cacete – já diria a sábia Dercy Gonçalves.
Esse meu seticismo aumentado tenta me convencer que somos nós mesmos os culpados de tudo. Nós atribuímos demais ao tal de amor... essa simples e eufórica liberação de dopamina, endorfina e adrenalina. HAHAHAHAHA! Tentar se convencer disso é tão impossível quanto imaginar um mundo sem isso.
Amar não é tão fácil e banal quanto parece.
Não existe amor que não seja construído com o tempo. Encarar a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. Oscar Wilde, que adoro, disse: "Amar é ultrapassarmo-nos". Quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser. Se não for assim, é apenas um gostar bonito.
Não se engane não, eu também tenho medo. É aquele medo de ficar sozinha versus o medo de amar, entende? Parece absurdo, mas o amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, pode acabar. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. A ferida abre, dói e com o tempo, sara. Ficam as cicatrizes que nos formam, nos definem, que nos dizem quem nós somos.
Por tudo isso, corajosa eu permaneço. A pesar do justificado medo. O amor me fez o que eu sou, me colocou onde eu estou. E esse mesmo amor me levará aonde eu quiser chegar.
Difícil falar de amor. Impossível não falar de amor.
Banalizado, diminuído, menosprezado amor.
" Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria..."
Renato Russo