terça-feira, 14 de agosto de 2012

Numa segunda qualquer.






Fear of the dark ' nos head phones.  Impossivel coincidência maior, não é Pandora? Apesar de ter falado em música estava mesmo pensado era em filmes. Fazia muito tempo que não me dedicava à assistir algum. Culpa das malignas gincanas!


Enfim, assisti  "A Árvore da Vida" ontem, já tinha retirado umas 10 vezes na locadora e acabava sempre desistindo de olhar. Confesso que Malick me supreeendeu. Mais de duas horas de filme, porém um prato cheio para quem gosta de apreciar uma obra que faz pensar, que questiona e filosofa.

O filme é de uma sensibilidade e sutileza que acaba despertando na gente uma série de emoções. Não me considero uma pessoa religiosa, sim de fé. Não tenho crenças associadas a nenhuma entidade, nenhuma instituição. Por isso acho que curti tanto! Não me entendem mal. Não falo contra igreja, ou isso ou aquilo. Daqui a pouco vocês vão me entender. Prometo!

O começo confuso quase atormenta e meio que dispersa, até porque a mente demora a se abrir para a visão exposta. Conforme desenrola a história dá para perceber que ali existe muito mais do que imagens bonitas e takes com paisagens e fotografia fantásticas. São tantos detalhes complexos... quem não curte psicologia, física,  leis de formação da natureza e do ser humano e a relatividade, desista! E claro, quem estiver sem paciência também.

A fusão de imagens que podemos ver em todo decorrer do filme na verdade tem o objetivo de mostrar uma perspectiva da vida, que como numa árvore, uma coisa deriva de outra, na existência tudo está interconectado. Mostra também a necessidade que temos de proteção e de alguém para nos dizer alguma coisa. Daí também, o surgimento e a necessidade das religiões para alguns.
  
O filme é uma viagem! Mas a 'good one'.  Passa pelos mistérios da vida e os questionamentos que todo ser humano faz, pelo menos, em algum momento de sua existência, permeado por fragmentos de memórias e cenas do cotidiano de uma família comum, formada por um casal que acaba por perder um de seus três filhos.

Fica a impressão boa de que nós não somos, nós passamos. Surgimos e nos projetamos de acordo com as leis universais de representação de cada estrutura do universo. Nós somos fruto do contraste divino entre a força da natureza e a vida humana, limitados por nossos instintos, mas dotados da possibilidade da graça, da doação ao próximo, do amor altruísta, do perdão. 

Identifiquei-me muito como a narrativa que ensina a libertar dores do passado para poder aproveitar o presente e ter esperança no futuro.  É sempre bom lembrar-se dessas coisas, né? 

E quem nunca buscou respostas sobre o divino e o infinito, quando se deparou com algum fato que trouxesse à tona a brevidade da vida, como a perda de alguém querido? Ou a perda de um amor, de um amigo, um irmão? A pior dor é a da saudade e a dor do arrependimento, de talvez não ter tido tempo de dizer o necessário, de ter feito e dito mais, ou ter feito algo diferente.  A dor do tempo perdido. Algo que só é capaz de se reerguer com amor.

No caminho da evolução e da vida, nos resta nos aprofundarmos nesse mar de mistérios.  Tarefa difícil, até porque o ser humano não tem capacidade de assimilar a natureza como ela realmente é. Somos limitados de sentidos.  Mas filmes como esse parecem despertar uma consciência adormecida do contato com o divino. Ele nos deixa essa dica de modo complexo e profundo, e pensando bem, não teria como ser diferente...

"Diante do universo o que deve para sempre restar em nós é o sentimento de magia, de mistério e o do querer conhecer incessante".




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