segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um conto e um ponto.






Situação crítica. 

2:45 da manhã, mosquitos alucinados e o ar condicionado que não vence a batalha contra o peso do calor lá fora. Já liguei e desliguei o note duas vezes. Culpa minha se esqueci o modem no trabalho. Culpa minha se a cabeça voa e os pensamentos desgovernados buscam o alento das letras. Sozinha no escuro eu me rendo. Mas sem música, vocês sabem: impossible!  Fones em posição, soltando o play... Dream On, Aerosmith.  Sim! Uma clássica música/indireta ao meu sono (ou a falta dele).

-Boa noite. É hora de abrir a caixa -  eu penso. Como sempre minha curiosidade supera meu pudor e meu medo. Com um sorriso faceiro junto as mãos e fecho os olhos...


Momentos flash back do fim de semana chegam. Festas, tragos... E vejam só: não é que o tal Fialho reapareceu? O vulto armado de capa preta e de corpo e alma narcisista.
Engraçado pensar sobre o tal e seus tais seguidores. Engraçado pensar até onde a mente humana consegue chegar em nome de utopias, em nome de sentimentos. Sentimentos bons e ruins, pecados capitais que de tão próprios viram comuns, é claro, com a manipulação adequada. Impossível, inacreditável?  Santa inocência Batman!  Já vimos acontecer. Já dizia o conterrâneo aquele: “Quando maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada”.

-De dentro da caixa escorrem alguns grãos de areia que fazem sangrar entre meus dedos. Cuidado, eles vão doer - eu penso...

Dias de anônimos famosos por aqui. Dias de cobrir o rosto para falar verdades ou para inventar algumas. Faz pensar quando terminará a brincadeira e começará a anarquia.
Podem me chamar de louca. Podem me chamar de santa. Oscar Wilde diria que somos todos um pouco loucos e um poucos santos. O que venho me perguntando nos últimos tempos é até que ponto alguém se permite chegar em nome da popularidade, em nome da vaidade, em nome do fútil e do vão? Até que alguém se prejudique seriamente? Até que alguém deprede, se machuque, roube, mate, destrua?  Dream on Steve Tyler!  Os limites não existem quando se tem um objetivo e não se tem valores.  “Não, não é pra tanto”, já diria o tal Fialho.  É só até que meu nome saia no Informativo, no Mazup... Até que eu tenha 2000 seguidores no twitter... aaaaaaaaaaaah, gozeiiiii!!!!!

--Enquanto areia e sangue se misturam, devaneio na dor. Será que conseguirei fechá-la novamente?


 Na verdade todas essas máscaras negativas são tentativas fracassadas de chamar e de ter atenção. Atenção que foi negada talvez por um pai ausente, ou de uma mãe omissa, um irmão esquecido, um amigo (a) traído, uma namorada (o) infiel e assim vai... Digno de pena? Quando a vida fica vazia com ela se vão os escrúpulos. Vem então a mentira, mãe das vaidades. Esquece-se tudo. Amizades, amores, amigos... Afinal quer maior graça do que jogar o jogo sendo o próprio crupiê sentado à mesa recebendo as cartas?   Brilhante? Pioneiro? Avá né Cláudia!

-Começo a observar a areia e reparo que ela faz um desenho na palma da minha mão enquanto cai. 


Tenho esperança pelos “seguidores” cegos dessas doutrinas fajutas, pois estão contaminados de uma cegueira plausível de reversão. Eu sei que a amizade e a confiança podem fazer com que curvas pareçam retas. Eu já provei desse mesmo veneno. Cabe a cada um assumir o volante e retornar a estrada. É errando que a gente aprende a acertar.  E até lá, let it be...

- Caindo ela passa a trocar de cor, adquirindo um brilho inexplicável. Meus olhos enchem de lágrimas.


Crescer e se tornar uma pessoa melhor com isso. Passar isso adiante. Esse é o objetivo deste post, que eu sei, é pesado. Mas necessário. Até porque essas palavras estavam engasgadas há muito tempo. E eu estou realmente estou sem sono!  =D
Digamos adeus a essas manipulações negativas. Voltemos atrás alguns passos. Vamos relembrar respeito, educação. Valores.  Ah os valores...

A areia toma uma brisa leve, sai da minha mão e colore o ar a minha volta.

Eu proponho, não imponho. Juntar as mãos e aplaudir as iniciativas positivas, criativas e estimulantes. Aquelas que nos fazem crescer como pessoas, como estudantes, como grupos e como equipes. Um abraço ao Portela e sua trupe da Ules. E porque não saudar também aqueles que refrescam nossos dias calorentos e estressantes com tiradas inteligentes. “Somos suspeitos de um crime perfeito, mais crimes perfeitos não deixam suspeitos”, não é mesmo @olajeandense?

Junto com ela voam refletidos meus pensamentos mais profundos. Junto com ela o sentimento de alívio. De dever cumprido.

E por fim (já passa das 4 da manhã) deixo meu agradecimento especial a um seleto grupo de pessoas que conheci e que convivi. Pessoas com as quais passei os piores e os melhores momentos de 2010. Indivíduos que me mostraram que sim é possível manter valores, mesmo estando onde estamos, vivendo onde vivemos, nos dias em que vivemos. Os verdadeiros heróis que me ensinaram que é possível abdicar de um sonho para se manter íntegro... pelo bem maior.  E principalmente me mostraram que a nossa voz quando em sincronia com nosso coração nunca será calada e valerá mais do que todos os títulos, rótulos e troféus que se possa adquirir.

“A vocês e por vocês, guerreiros das margens do Taquari, meus queridos Tibiqueras.”


- Torno a fechar a caixa. Mãos limpas da areia que se foi. Sua cor e sua luz viajam agora para longe de mim.  É hora de dormir Pandora.


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Um comentário:

  1. A integridade de um homen não tem preço e nem está em liquidação.E nós mais do que ninguém sabemos disso.Ghost, Tibiqueras, são tantos motivos, mas ao mesmo tempo tantas alegrias ao lado dessas pessoas que tudo vale a pena.
    O esforço, o choro, as risadas, o sangue..
    Dizia sr.Fialho de Vargas certa vez em uma carta endereçada a minha família"Aquelas que se unem por sangue;sangue este dado a equipe."
    Sim, em qualquer equipe, sob qualquer circunstância, sem se comrromper jamais!!.

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